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COLUNA

Tiro Livre

Vinícius Squinelo

André, Mochi, Odilon e Reinaldo: uma eleição marcada pelo ‘tapetão’ judicial

Sem partidarismo, sem preferências

13 setembro 2018 - 08h51

Sem partidarismo, sem preferências. Mas impressiona a quantidade inédita de operações e ações judiciais, algumas travadas há décadas, justamente em véspera eleitoral. De um lado a outro, as ações da Justiça abalam candidaturas e tiram nomes importantes do páreo. Pela velocidade e alcance do ‘tapetão’, talvez queira juiz e ministro querendo ele mesmo ser o chefe do Executivo.

Vamos aos fatos. Começando pelo italiano André Puccinelli, do MDB. Enlameado em operação da Polícia Federal, acabou fora da disputa ao Governo de Mato Grosso do Sul. Preso há mais de 50 dias, André sequer foi condenado pela Justiça. Uma prisão temporária que já está virando perpétua. 

Sem condenação, o princípio de inocência é jogado no lixo. Que se coloque uma tornozeleira no ex-governador. Deixe-o em prisão domiciliar, monitore suas visitas, suas ligações. Mas uma prisão como a de hoje fere princípios constitucionais. E aqui falamos de Leis, não de votos.

Substituto de André, Junior Mochi viu uma condenação surpresa aparecer a um mês das eleições. Processo parado há duas décadas correu rapidamente no Tribunal Regional Federal da 3ª Região e o emedebista acabou condenado por improbidade administrativa. Ainda pode recorrer. Impressiona a paradeira judicial ser suspensa justamente nesta época do ano.

Odilon de Oliveira não foi alvo diretamente da Justiça – quem fez o ‘serviço’ foi ex-assessor de décadas, Jedeão de Oliveira. Denunciado, porém não delatado, já que o Ministério Público Federal não pediu mais provas e não fechou delação. Mais um exposto em pleno período eleitoral.

Pra completar o quadro, a semana começou com furacão na campanha tucana de Reinaldo Azambuja. Alvo de denúncias de executivos da JBS hoje presos, o governador teve o núcleo duro preso e a casa revirada pela Polícia Federal. Em mais um timming precioso, já que o processo estava parado há mais de ano no Superior de Tribunal de Justiça. E andou logo quando? A menos de 30 dias da eleição.

No andar da carruagem, que um juiz federal ou um ministro do STJ assuma logo o Executivo. Facilita a vida de todos... 

(fotos de capa e montagem: André de Abreu)

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