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quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Reflexões

Marcelo A. Reis

O neto "holandês" / O Brasil e a lição franco/croata

Resta-me o consolo que o Xande deixou de ser "holandês" e torceu muito pelo Brasil!

17 julho 2018 - 11h47

Caro leitor ;

Há quatro anos publiquei aqui "O neto holandês" onde contava a adesão de um dos meus netos ,à época o menor dos meninos,ao fã clube holandês . Fizemos alguns comentários sobre o oba - oba da CBF e da malta que comandava a instituição . A malta segue por lá ..........  

O Tite , gosto dele , e , nas condições, fez um bom trabalho . Defendo - o , assim como o fiz em relação ao Felipão. 

Reproduzo abaixo citado artigo :

"O neto "holandês", a Copa, o Flamengo e etc"

Caro leitor; 
Acabou a Copa e ficamos, como diria o gauchão,como "cusco velho", ou seja cachorro velho, lambendo as feridas da Seleção

Por outro lado, restam histórias, ocorrências vividas nesse mês de atividades futebolísticas. Vou contá-las como nos LPs antigos da Elis Regina e Jair Rodrigues. Em um "pout-pouri": Os holandeses treinavam no Flamengo, na Gávea, sempre tranquilos, alegres e soltos!

Falavam com todos e distribuíam simpatia. Conquistaram a criançada. Meu neto, dos homens o caçula, seis aninhos, aderiu totalmente aos batavos. Ao nosso vexame, frente aos alemães, uma indiferença total.

A derrota holandesa, nos pênaltis, frente a "los hermanos" foi uma "tragédia" total! Muito choro e nós todos, a família, atônitos o consolando! Brasil X Holanda sentiu-se redimido! Torceu tranquilamente por esta. Confesso que estranhei, mas fazer o quê? Coisas de um mundo globalizado e de um netinho que, como todo neto, é sempre sensacional!

Não quero, por falta de habilitação e sobretudo por não aguentar mais ouvir pareceres de "experts", fazer análise sociológica, mas tem coisas que queria dividir com vocês. A primeira é que os abutres de plantão frustraram-se em suas previsões pessimistas. Confesso que, em parte, cheguei a adotá-las. Sou humano, e com o desempenho das nossas "autoridades" da aviação civil/Infraero comandadas pelo notório Moreira Franco, era razoável que não fosse otimista.
Imaginava o caos começando nos aeroportos. Graças a Deus estava errado! A outra é a capacidade do nosso povo em superar as dificuldades e a ineficiência dos variados níveis de governo. Em todas as cidades, o quesito de melhor avaliação, pelos turistas, foi a simpatia e hospitalidade da população. Até mesmo dentre os argentinos!

A Copa mostrou que podemos e sabemos fazer desde que sem "oba-oba" como tenho martelado aqui! O obaobismo imperante na CBF levou ao desastre que, como já escrevi fazendo um plágio do título do livro do colombiano Gabriel Garcia Marques, era a "Crônica da Derrota Anunciada".

Um dia os jogadores recebem as vítimas das enchentes, de dois anos passados, em Teresópolis. No outro os convidados de patrocinadores! A culpa, é fácil jogar no Felipão. E os cartolas? O Ricardo Teixeira, que comanda pela interposta figura do "laranja" Marin? Este, o tal Marin, de quem contam um caso de uma medalha desaparecida. Os negócios? A crer no que diz a imprensa, negociatas!

Não adianta tirar o senhor Luiz Felipe Scollari que, com muita dignidade, assumiu, chamou para si a inteira responsabilidade. Tem é, no popular, que passar o rodo na CBF e na grande maioria dos clubes brasileiros. Dá para se imaginar que no dito, "país do futebol", clubes como o meu Vasco da Gama e o Flamengo vivam pendurados, com salários atrasados, devendo à Previdência Social? É muita safadeza ao longo de suas existências! Eram, os nossos times, para serem dos mais ricos do mundo...

De resto, repetindo o lugar comum, mas que nunca é demais, foi a vitória da seriedade, da disciplina, da organização sobre a "papagaiada". Vejam que todas as vezes que agimos como agora, anos 50 e 66 são bons exemplos, deu no que deu.

Não posso concluir sem falar dos "hermanos". Sempre admirei o futebol deles e sou forçado a reconhecer, à contra gosto é claro, que houve época em que foram superiores a nós. No momento estão "menos mal". Sendo objetivo, são os vice-campeões mundiais e nós com muita sorte, mas muita sorte mesmo, conseguimos um quarto lugar depois de uma chave sob medida!

Tinha certeza que a Alemanha os venceria por razões de ordem, diria, extracampo. Os argentinos, dramáticos, trágicos, fatais, haja vista o tango, não poderiam ter um final feliz! Mas o argentino é uma espécie de torcedor do Flamengo. Podem estar na pior, mesmo que nem tanto, mas permanecem gozando ou bulindo os outros.

Como destaca o Ricardo Boechat, da Band, não se pode entrar na pilha deles. "Faz que não percebe e leva em frente!" Espero que, em 2018 sem os Marins e similares, tenhamos um time que volte a nos encantar para que o meu neto deixe de ser "holandês"!
Até a próxima semana."  

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Passaram se quatro anos e nós , uma vez mais, éramos os favoritos .Éramos!! O consolo barato é que a  tragédia não foi só nossa .Foi dos "hermanos" e de toda a "Latinoamerica" . Resta esperar que algum argentino componha um belo tango.....

Repetindo o artigo acima  "foi a vitória da seriedade ,da disciplina e da organização sobre a "papagaiada". Esta a lição da França e , em especial a da Croacia . Refiro - me especificamente às palhaçadas do Neymar . Craque , gênio , brilhante e todos os adjetivos que se use . Não o culpo pela derrota , mas creio que a gestão do grupo tem que impor a seriedade e a disciplina a todos . Os tais penteados..........

Resta - me o consolo que o Xande deixou de ser "holandês" e torceu muito pelo Brasil!

Até a próxima