A Polícia Federal de Mato Grosso do Sul não vai investigar as ações do vereador André Salineiro, do PSDB, que em discurso recente incitou violência contra indígenas de Mato Grosso do Sul. Porém, por bem menos, a PF investiga quem revela suspeitas de corrupção, por exemplo. Seria um protecionismo?
“Tem que chegar o policiamento e, se não tiver conversa, tem que descer o cacete mesmo”, esse foi o discurso de Salineiro, gravado e realizado em março deste ano na Câmara Municipal. Creio não ser necessário dizer que mandar alguém ‘descer o cacete’ é clara incitação à violência, o que é ainda crime nesse malfadado País. Só observar o Artigo 286 do CP: Incitar, publicamente, a prática de crime. Detenção: 3 a 6 meses.
Mesmo com a prática do crime de um de seus agentes, mesmo afastado, e com a obrigação legal de ‘apurar infrações penais contra a ordem política e social’, a Polícia Federal preferiu não entrar na briga.
“O Vereador André Salineiro está afastado do exercício do cargo de policial para exercer o de Vereador, cuja inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício de seu mandato e na circunscrição do Município encontra proteção no art. 29, VIII, da Constituição Federal de 1988, não cabendo à Polícia Federal atuar em casos desta natureza”, diz à instituição em nota exclusiva a este colunista.
Ao mesmo tempo, a PF investigou jornalista que divulgou informações sobre processos de suposta corrupção em Campo Grande – caso deste jornalista, que teve que inclusive prestar depoimento na Superintendência regional. Também abriu processo, a mando do ministro Carlos Marun (MDB) para investigar possíveis danos contra a imagem (?) do emedebista, após publicações também deste jornal. Protecionismo ao companheiro agente? Vai saber, espero que não...
Mas, no final das contas, o vereador bravão Salineiro sai ileso e fica a dica: vale tudo nesse País que a Lei não se cumpre não!
Quer enviar críticas, xingamentos ou boas ideias: mande para o e-mail vinisquinelo@gmail.com