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Detentos do semiaberto ajudam a prefeitura de Ladário no combate à dengue

Cerca de 16 setenciados auxiliam nos trabalhos

15 março 2018 - 19h16Por Da Redação

Durante o verão aumenta a preocupação dos poderes públicos com a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Várias são as campanhas realizadas no combate ao Aedes Aegypti em todo o país. Neste intuito, a prefeitura de Ladário decidiu inovar, ao firmar um convênio que possibilitou buscar o auxílio dos detentos do regime semiaberto na guerra contra o mosquito.

O convênio, que começou a ser pensado no final de 2017, criou forma com a visita da Carreta da Justiça no final de janeiro deste ano. Na oportunidade, o juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira, responsável pela Carreta e pela Vara de Execução Penal do Interior, juntamente do prefeito de Ladário, Carlos Aníbal Ruso Pedroso, deram início aos acertos sobre essa iniciativa. Menos de um mês depois, a formalização de suas vontades foi feita por meio do convênio firmado entre a Prefeitura de Ladário, via Secretaria de Saúde, a direção do Estabelecimento Penal de regime semiaberto, a Assistência ao Albergado de Corumbá e a Vara da Execução Penal do Interior.

O secretário municipal de governo, Rodrigo Arruda, fala de alguns benefícios trazidos por este acordo. “Essas pessoas que cometeram delitos e foram sentenciadas são cidadãos da própria Ladário. Então, enquanto eles desempenham o serviço nas ruas da cidade, acabam cumprimentando vários conhecidos e familiares que os veem sendo reintegrados na sociedade. E isso é muito importante, tanto para os sentenciados, quanto para os demais cidadãos”, ressaltou.

A prefeitura municipal, que já utiliza a mão de obra remunerada dos detentos em outras atividades, como, por exemplo, a limpeza e manutenção do gabinete do próprio prefeito, passou a contar com o trabalho de mais 16 sentenciados do regime semiaberto na campanha deste ano de combate à dengue. Enquanto dois deles são responsáveis pela limpeza do prédio da prefeitura, os demais realizam a coleta de lixo na cidade.

Um dia antes dos detentos realizarem o recolhimento de possíveis focos de proliferação do mosquito da dengue, porém, membros da Marinha e do Exército, além de agentes de endemia municipais, visitam as casas do bairro escolhido, conscientizando seus moradores sobre o combate ao mosquito e solicitando que depositem em frente às suas residências quaisquer materiais não utilizados que possam vir a ser criadouros do mosquito. No dia seguinte, então, os sentenciados rapidamente conseguem retirar todo o lixo, deixando a região limpa.

Segundo Rodrigo Arruda, o convênio é uma forma do Governo incitar a população a também oportunizar aos reeducandos a volta ao trabalho. “Mais do que o combate à dengue, a importância do convênio está em dar uma chance a essas pessoas. À medida que a população vê o poder público empregando esses sentenciados, e como eles desenvolvem bem o serviço, ela também passa a contratá-los e, assim, dá uma chance de se reintegrarem na sociedade verdadeiramente”, disse o secretário.

O juiz Luiz Felipe entende que há uma confluência dos deveres do Estado com as necessidades da sociedade. Nas palavras do juiz, “o trabalho do preso é uma obrigação que o Estado deve cumprir e, no caso de Ladário, foi possível conciliar esta exigência da Lei das Execuções Penais com a prestação de um serviço de utilidade pública importante, que visa o combate da dengue no município”.

Embora o Convênio tenha se iniciado em 27 de fevereiro deste ano e finde no dia 27 deste mês, a prefeitura já sinaliza a vontade de criar novas vagas para utilização da mão de obra dos detentos.