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quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
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Sustento de uns e incomôdo para outros, material de reciclagem gera discórdia entre vizinhos

Vizinhos reclamam do aparecimento de bichos na região; Por outro lado, reciclista diz que material é seu sustento

01 setembro 2017 - 15h30Por Bruna Vasconcelos

Há 10 anos José Fernandes da Silva, mais conhecido como Fernandinho, trabalha com reciclagem no Bairro Santa Terezinha, em Aquidauana, e afirma nunca ter tido problemas com vizinhos. Mas de uns tempos pra cá, moradores da Rua Mario Guerreiro têm feito denúncias afirmando que o material de trabalho do reciclista está atraindo insetos e outros bichos para a região.

Em denúncia ao TopMídiaNews, um morador que não quis se identificar afirmou que a reciclagem está invadindo o meio da rua e o acúmulo na calçada tem atraído escorpões, lacraias e demais insetos.  Ele ainda completou que, cerca de dois anos atrás, o material de trabalho de Fernandinho chegou a invadir o meio da via, impossibilitando o tráfego de veículos.

“Era pior, ele fez uma limpa e colocou a reciclagem dentro do quintal, mas agora está acumulando novamente e voltando a invadir a rua".

Fernandinho mora no local onde fica o depósito com a esposa Marina e uma filha pequena. Ele diz que não se surpreende com a denúncia e afirma que tudo que é recolhido da rua e levado para sua casa serve para reciclagem e vira sustento da família.

O trabalhador conta que separa o material em papelão, ferro, alumínio e plástico. Depois de prensados, os recicláveis são vendidos no próprio município ou na Capital. Ele mostra com o orgulho os papéis das vendas e conta que, com seu trabalho, também gera emprego indiretamente para outras pessoas.

“Eu vendo toneladas disso aqui. O povo vem reclamar chamando de lixo e eu mando as pessoas respirarem fundo para sentirem se tem cheiro ruim. É diferente dos outros moradores que desovam bicho morto e restos de açougue nos terrenos baldios do bairro”.

O casal ainda acusa os vizinhos de não se importarem com a família e nega ser responsável pelo aparecimento dos bichos peçonhentos.

“Nunca ninguém perguntou se precisamos ao menos de uma lona para tampar nosso material de trabalho, eles só sabem reclamar, se for pra reclamar eu também vou falar que aqui é barulho de som alto 24 horas por dia. Minha filha mora aqui com a gente e nunca nem uma formiga apareceu na nossa casa”, ressaltou.