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Entrevistas

Da roça nordestina, cantor e compositor se encontrou bem longe de casa na sofrência do sertanejo

Autodidata, aos 23 anos Ronaldo Viana tem mais de 280 composições de músicas românticas

18 setembro 2017 - 17h25Por Amanda Amaral

Do ‘interior do interior’ do Piauí, Ronaldo Viana ganhou asas próprias bastante cedo para trilhar o caminho do seu maior sonho: ouvir suas músicas tocando nas principais estações de rádio do país. Do berço do forró, hoje sua voz entoa na melodia do sertanejo em terra onde o ritmo é forte. 

Em entrevista ao TopMídiaNews, o jovem cantor e compositor conta sua trajetória e o que lhe motiva a perseverar na busca pelo sucesso. Confira o bate-papo abaixo:

De onde vem seu gosto pela música e a vontade de ser músico?

Minha história é bastante longa, mas sou natural do nordeste, Piauí. Que eu canto faz cinco anos, que toco violão faz uns nove anos, hoje tenho 23. Aprendi sozinho, observando meu avô tocar, próximo a Paulistana, na roça mesmo. Minha família trabalhava no campo, eu também, desde pequeno, com meu avô e minha mãe. Componho desde os 12 anos de idade, sempre tive minhas músicas, tenho mais de 280. Tenho um jeito mais antigo de escrever, mais romântico, com histórias bonitas, eu gosto disso.

Quando saiu do nordeste para tentar a vida nas grandes cidades?

Então, mais velho, tocava em um grupo de forró e fui chamado para tocar em São Paulo, conheci um amigo e tínhamos o plano de formar uma banda juntos. Foi quando eu decidi morar lá, aos 17 anos, sozinho.  Lá, a situação era complicada e acabei entrando na construção civil para trabalhar, mas não pude por muito tempo, porque tinha menos de 18 anos. Depois, a idade atrapalhou para eu conseguir um trabalho e sobrevivia cobrando 40 ou 50 reais para tocar em festas pequenas. 

Sem perspectiva, desiludido da música, me deparei com uma possível oportunidade de emprego em Campo Grande, em um supermercado novo. Pela dificuldade que era no Piauí, com poucos recursos, e como estava vivendo em São Paulo, decidi gastar R$ 160 dos R$ 200 que tinha no bolso e comprei uma passagem de ônibus para Mato Grosso do Sul. 

E como foi essa chegada em um estado completamente desconhecido e a volta para a música?

Morei com primos no princípio, e comecei o trabalho como açougueiro, conhecendo pessoas e, assim, voltando aos poucos a tocar em festas de amigos, porque pude comprar um violão. Eu não conhecia muito como era forte a música sertaneja e o chamamé por aqui, cheguei ainda na época da pegada forte do arrocha. Fui aprendendo e hoje toco mesmo é isso, pouco de forró, é uma mistura na verdade. Do arrocha romântico ao sertanejo antigo. 

Fui ficando conhecido entre grupos de amigos de amigos, e aí comecei a me apresentar em eventos, como a Festa do Peixe, em 2015. As portas começaram a se abrir, comecei a me apresentar em bares, eventos beneficentes, mas muitas vezes sem cobrar cachê, para divulgar meu trabalho, porque eu amo tocar. 

Você se inspira em alguém para montar o repertório?

O povo me tem como o Eduardo Costa daqui (risos), eu não me acho parecido, mas o pessoal compara. Sou grande fã dele e do sertanejo raiz, tem muita gente boa como referência e costumo fazer versões desses sucessos, sou eclético, mas podemos dizer que vou mais pelo caminho do sertanejo sofrência mesmo (risos). 

E como estão os planos para a carreira?

Quem mais me ajudou nessa nova fase é a minha namorada Dayana, que conheci em um show, e com apoio de mais algumas pessoas muito importantes, estou aos poucos alavancando minha carreira. Gravei algumas músicas em estúdio, vamos fazer um clipe, temos alguns planos pela frente, como um CD acústico. Agora não paro mais!

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