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Aos palavrões, William Waack quebra silêncio em entrevista à Record

O âncora tinha sido afastado da programação da Globo em novembro, após o vazamento de um vídeo com falas racistas em bastidores

06 março 2018 - 15h58Por VejaSP

William Waack foi demitido da Rede Globo em 2017. O âncora tinha sido afastado da programação da emissora em novembro, após o vazamento de um vídeo feitos nos bastidores. Na época, o jornalista de 65 anos foi chamado de racista por um comentário que fez no clipe. Nesta segunda (5), ele esteve no Programa do Porchat e falou sobre a repercussão do caso e seu afastamento da televisão.

Em sua primeira aparição na telinha em quase quatro meses, Waack se defendeu: “Eu nunca trabalhei na expectativa de ganhar aplausos. Eu sempre achei que a minha função principal como profissional de comunicação é trazer às pessoas a minha avaliação, a minha percepção dos fatos e, na medida do possível, dizer a elas ‘isso aqui é importante que vocês prestem atenção porque afeta a vida de vocês’. Mas nunca trabalhei com essa perspectiva de ‘eu vou falar para que as pessoas me aplaudam, eu vou falar para que nas minhas redes sociais eu tenha x seguidores’. Nunca“, disse o jornalista.

“Mesmo que você não tivesse tido a intenção, uma piada as vezes traduz um conteúdo histórico, traz um contexto sim de racismo. A intenção nesse caso, Fábio, é fundamental. Aquilo era um ambiente privado, onde eu estava falando, cochichando, na orelha de um amigo — que aliás nem entendeu direito o que era“, disse Waack sobre o vídeo vazado. “Não faz parte do meu raciocínio nem da minha índole nenhum tipo de coisa dessas. É uma piada idiota, contada sem nenhuma intenção, eu acho que isso conta“. 

“Óbvio que eu me arrependo, eu sou um cara normal. Eu falo palavrão, eu falo coisa fora de hora, eu xingo sem querer. Eu sou normal, não é normal quem diz que todo mundo é santinho. E o nível de hipocrisia disso tudo é fenomenal. Eu não acho que o vídeo em si tenha sido o problema, mas sim decisões e reações que ocorreram após o vídeo. Esse vídeo nunca foi ao ar. Esse vídeo nunca foi dito numa situação pública. Esse vídeo foi roubado de um determinado lugar. Este vídeo foi colocado com determinada intenção — o que é legítimo“.

No bate-papo, Waack também afirmou que, por força de contrato, não pôde dar explicações sobre o comentário. “Eu sempre fiz um monte de piada, eu sempre fui um tremendo gozador. Todas as piadas menos politicamente corretas que você possa imaginar eu faço. Sempre fui irreverente“, disse. “Caraca, o Brasil ficou um país que só tem ‘nego’ certinho, bicho? Ninguém fala m*rda, ninguém faz uma piada fora de hora, ninguém xinga a própria mãe sem querer, só tem cara certinho. Quem julga alguém ou julga alguém pela vida de uma piada, tem problemas“, disse. Porchat, então, questionou: “Mas essa piada foi racista?“. “Não“, disparou o ex-âncora. “Pelo simples fato de que um pensamento racista jamais será uma piada!“, disse. Confira: 

Waack também falou sua relação com a Globo após a demissão. Ao ser questionado por Porchat se ele tinha demorado para se pronunciar, o jornalista rebateu: “Eu tinha um contrato. Como é que eu vou falar com contrato? Do ponto de visto jurídico, qualquer comentário que eu fizesse e comentasse decisões tomadas pela empresa com a qual eu estava ligado por um contrato, poderia ter me deixado…“. Ele também disse que teve vontade de se pronunciar sobre a polêmica: “É óbvio, pô. Você iria fazer o que? É claro, todo mundo me segurou, colocaram umas rédias desse tamanho, ainda mais o meu tipo. Eu não sou de esconder o que eu penso“.