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RESULTADO GESTÃO MS
Polícia

Adolescentes mentiram sobre estupro em sítio, diz polícia

Segundo a delegada do caso, 'elas divergiam desde a quantidade de pessoas que havia praticado o ato até o momento em que elas tinham ido embora'

17 dezembro 2018 - 15h25Por Da redação / G1

As duas estudantes de uma escola pública que denunciaram terem sido estupradas após saírem da aula, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte de Recife, em setembro deste ano, estavam mentindo, concluiu a investigação que apura o caso. O resultado foi divulgado pela delegada Thaís Galba nesta segunda-feira (17).

Colegas das jovens chegaram a fazer protesto pedindo por justiça. Entretanto, a delegada explica que, desde o começo, as versões contadas pelas jovens eram divergentes. “Era de uma divergência absurda, elas divergiam da quantidade de pessoas que havia praticado o ato, do momento em que o ato teria sido praticado, do local, do momento em que elas tinham ido embora”, enumera.

Uma das jovens relatava que ambas tinham sido abordadas do lado de fora do Sítio Trindade por nove rapazes, que teriam pulado o muro do local. A outra, afirmou que elas foram abordadas dentro do Sítio Trindade por seis garotos. “Quando você é vítima de um crime, de uma violência como essa, tudo bem que você queira às vezes até esquecer. Mas você não teria versões tão diferentes dele. Foi que fez a gente começa a desconfiar”, explica.

As duas jovens chegaram a ser levadas separadamente para tentar remontar o crime, mas as divergências apenas aumentavam. Um retrato falado chegou a ser feito e os investigadores encontraram um homem muito parecido, que não foi reconhecido por nenhuma das duas. “Nesse momento, foi o auge do desespero. As duas não o reconheceram e ele era muito, mas muito parecido com o retrato falado. A pessoa tinha tudo a ver, mas tinha um álibi comprovado de que não estava lá”, relata a delegada.

Depois disso, uma das adolescentes acabou indo à delegacia e confessando que estavam 'matando aula' no Sítio Trindade, como já haviam feito outras vezes. No local, até encontraram alguns rapazes que queriam conhecê-las. Ambas ficaram com eles, mas quando pediram para eles pararem, os rapazes pararam. “Elas disseram que não queriam e eles pararam. Elas foram embora para um lado e eles para o outro, tranquilamente. O retrato falado, segundo ela, tinha características completamente diferentes de com quem elas ficaram. Elas fizeram todos nós perdermos tempo”, aponta a delegada.

Os exames sexológicos confirmaram que não houve violência sexual. “Os pais ficam numa situação muito difícil. Eles estão sendo vítimas da astúcia dessas adolescentes. Nós temos muitas pessoas que são vítimas de violência sexual que tem medo de denunciar devido ao trauma e elas fazem isso”, diz a delegada.

O inquérito vai ser remetido à Delegacia da Criança e Adolescente, que deve indiciar as duas jovens por ato infracional análogo a denunciação caluniosa.