Menu
quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
MULHER GOV MS
Política

Senador do PSDB deixa CPI da JBS após Carlos Marun ser escolhido relator

Ricardo Ferraço ficou descontente com a escolha de deputado aliado de Temer

12 setembro 2017 - 15h31Por G1/Brasília

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) deixou nesta terça-feira (12) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. O parlamentar tucano tomou a decisão depois que o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), fiel aliado do presidente Michel Temer, foi designado relator do colegiado.

A saída de Ferraço foi confirmada por sua assessoria de imprensa. A interlocutores, Ferraço revelou descontentamento com a escolha de Marun e afirmou que a CPMI perde o poder de investigação com um relator da tropa de choque de Michel Temer.

Depois, em entrevista a jornalistas, Ferraço explicou os motivos de sua saída.

“As evidências são de que essa CPI não quer investigar coisa alguma. Essa CPI quer fazer acerto de contas. Existem crimes gravíssimos que precisam ser investigados com firmeza, rigor, mas com imparcialidade e isenção. Na medida que você coloca chefe de tropa de choque para fazer isso ou aquilo, fica evidente que essa será uma investigação parcial e eu não participo disse, por isso pedi o afastamento”, declarou o tucano.

Em entrevista a jornalistas, Marun declarou que não se sente constrangido em ocupar a relatoria do colegiado, mesmo sendo aliado de Temer. O presidente é um dos alvos das denúncias dos executivos da J&F, grupo que controla o frigorífico JBS.

Marun afirmou que não quer “espetacularização” nem “palanque eleitoral” na CPI mista e criticou a atitude de Ferraço.

“Se a minha nomeação como relator gerou descontentamento, espero que minha atuação não produza descontentamento. A atitude do senador Ferraço é uma atitude tão baixa. O senador Ferraço não me conhece como eu não o conheço. Eu gostaria de saber qual é a atitude que eu tomei fora da legalidade, fora da retidão [...] Se for por questão de honestidade, eu posso dar aula ao senador Ferraço”, declarou Marun.

“Ele [Ferraço] pode ser no máximo tão honesto quanto eu. Mais honesto que eu ele não é. Sua atitude é indigna de quem se diz democrata [...]. Esse tipo de gente acaba não fazendo falta em uma CPI na qual é exigida coragem”, completou o peemedebista.

Senador deixa reunião

No meio da reunião desta terça-feira da CPI mista da JBS, o senador Otto Alencar (PSD-BA) deixou a sala da comissão criticando o encontro que o presidente do colegiado, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), teve com Michel Temer no último sábado (9), no palácio do Jaburu.

Ao deixar a sala da reunião, Otto Alencar bateu a porta da sala com força. Ataídes lamentou a atitude do colega e afirmou que na reunião que teve com Temer não tratou de CPMI da JBS, apenas de obras de uma estrada no estado de Tocantins.

Depois de deixar a sala da reunião, Otto Alencar afirmou que vai pedir o seu desligamento do colegiado e disse que a CPI é uma “farsa”, um “jogo combinado” para “absolver amigos e penalizar adversários”.