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Criado para acolher moradores de rua, Cetremi está abandonado e sem estrutura

Lugar está sujo, com até percevejos e falta segurança para atendidos e trabalhadores do local

14 outubro 2017 - 18h10Por Airton Raes

Denúncia encaminhada ao TopMídiaNews mostra situação precária no Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante (Cetremi), em Campo Grande. “Lá é pra ajudar as pessoas, mas é humilhante”, classificou o denunciante, que preferiu não ser identificado.

De acordo coma  denúncia, o Cetremi está sem controle na hospedagem das pessoas que utilizam do serviço. “Muita bagunça. Entram e saem a hora que querem. Muita droga. Insalubridade para quem está lá”, disse.

Os usurários do Cetremi estão com medo de dormir lá devido a falta de segurança e uso de drogas no local. Recentemente, conforme boletim de ocorrência, um servidor foi assaltado em frente à unidade. 

Apesar de ser um local de acolhimento, muitas pessoas ficam 'jogadas' e dormindo no chão do pátio do Cetremi. Segundo a denúncia, as pessoas usam drogas e ingerem bebidas alcoólicas no local. Nos dormitórios, os colchões ficam espalhados pelo chão. 

Para piorar, o lugar está mal conservado e falta higiene para garantir condições dignas aos atendidos. Sujeira acumulada, poeira e até percevejos podem ser encontrados no Cetremi.  Os banheiros tem sujeira espalhada, azulejos quebrados, além da evidente falta de limpeza. “Não dá pra usar os banheiros. É uma vergonha o lugar”, disse o denunciante. Isso sem falar nas pias cheias de tralhas e objetos.

O Cetremi ficou fechado durante o período em que os trabalhadores vinculados à Omep e a Seleta paralisaram as atividades devido a uma decisão judicial.  O centro atende cerca de 100 pessoas, que fazem as refeições e dormem no local. Os funcionários também encaminham o migrante que quer voltar para a sua cidade de origem, e a partir de agora, vai ajudar essas pessoas a conseguirem trabalho e tratamento médico.

Outro lado

Em contato com a reportagem, a prefeitura informou que a manutenção do Cetremi é feita por dois auxiliares de manutenção diariamente e mais um que trabalha no regime de 12 por 36 horas. "Os banheiros são limpos duas vezes por dia, de segunda a sexta-feira e nos fins de semana uma vez por dia. Quartos, pátios e demais dependências internas são limpas diariamente. A cozinha é cuidada pelas merendeiras e tem essa mesma dinâmica. Além disso, a Sisep, está no CETREMI fazendo a limpeza do terreno há uma semana".           

Sobre os percevejos e o mau estado dos colchões, a prefeitura informa que "há um processo de contratação para dedetização que deve sair nos próximos 30 dias, assim como compra de colchões e ventiladores, pois esses processos demandam um período de 90 a 120 dias".   

Em relação as denúncias de insegurança, a prefeitura alega que conta com quatro guardas na unidade fazendo rodízio, sendo dois  a cada 24 h, "e tem a ronda da base prosa e também quando necessário contamos com o apoio dessa equipe,  guarda municipal da região do Prosa".         

Há ainda um planejamento em andamento, junto com a Secretaria de Segurança, de compras de câmeras de monitoramento para a área externa do Cetremi.

Sobre as denúncias de uso de entorpecentes no local, a prefeitura esclarece que "não é permitido uso de drogas e álcool na unidade. Os usuários passam por revista ao entrarem e se acaso houver esse tipo de conduta, se forem encontrados ?com posse de entorpecentes, são suspensos do acesso ao Serviço podendo  retornar posteriormente, desde que cumpra o Regimento Interno da Instituição".         

Além disso, conforme a assessoria, já tem previsão no planejamento da SAS, PPA para 2018, a viabilização de uma espaço para os migrantes, com 30 vagas, o que vai desocupar um pouco o espaço do Cetremi.