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sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Tiro Livre

Vinícius Squinelo

Médicos defendem José Dorsa, mas esquecem falcatruas e denúncias da PF; vamos lembrar!

João Jackson Duarte coloca culpa no paciente e imprensa, mas esquece falcatruas do amigo

15 março 2018 - 13h40

José Carlos Dorsa é descrito de maneira semelhante por amigos médicos: cirurgião brilhante, dedicado à medicina, de boa índole. Quase um santo em pessoa.  A defesa é tão árdua que um dos correligionários chegou a culpar os próprios pacientes, que não se cuidam e a ‘bomba’ sobra pros médicos, como na  visão do ótimo profissional João Jackson Duarte. O mesmo, sem querer claro, não menciona as inúmeras denúncias  do Ministério  Público Federal contra Dorsa, nem as condições da morte do amigo, daquelas de quem realmente não cuida do próprio corpo. Culpa dele né João Jackson!

Mas, vamos usar a coluna justamente pra relembrar pros amigos médicos o invejável currículo do santíssimo José Carlos Dorsa. Ele mesmo, denunciado junto com outra quase santidade, Adalberto Siufi. Este comandava o Hospital do Câncer, enquanto Dorsa era diretor-geral do Hospital Universitário de Campo Grande. Em comum o envolvimento na operação Sangue Frio,  quando a Polícia Federal desmantelou a famosa Máfia do Câncer.

E aqui o brilhante e nobre cirurgião, tão defendido pelos amigos médicos, começa a ter o currículo enlameado. Começa com direcionamento de licitação, gerando prejuízos enormes aos cofres públicos, tudo minuciosamente documentado pelo Ministério Público Federal. E  a custa do dinheiro dos pacientes, aqueles sem coração que  não se tratam e que acabam na mão do Santo Dorsa, ou do amigo João Jackson.  

Além dos direcionamentos de licitação, coisa pequena né no mundo de hoje, Dorsa tinha na ficha acusações de falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Isso sem contar na suspeita contratação da empresa de um velho conhecido: Ronaldo Perches, outro envolvido na Sangue Frio.

Currículo invejável!

E fica a dica pro médico João Jackson Duarte, que acusou a imprensa – da qual eu orgulhosamente faço parte – de ‘inescrupulosa’. Nosso setor tem sim problemas, diversos, mas garanto que nunca falsifiquei  documentos, roubei dinheiro de hospitais ou falcatruas semelhantes. E nem os outros jornalistas que conheço. Antes de acusar digníssimo dr., olhe muito bem pro próprio rabo e da sua  profissão. Um fraterno abraço.