O país está pagando pelo que a sociedade não soube cobrar de governos!
A paralização dos caminhoneiros, com apenas dois dias e meio de duração até esta manhã de 24 de maio, demonstrou uma das graves vulnerabilidades estratégicas do país, entre outras importantes, consequência de decisões e gestão equivocadas de sucessivos governos desde Luís Inácio. Poder - se - ía retroagir um pouco mais, mas vou parar por aqui para não abusar da paciência dos leitores.
O Brasil pode ser facilmente paralisado.
Politicamente já está, desde o impedimento da petista Dilma e sua substituição por Michel Temer, do PMDB, tão (ou até mais) responsável pelo desenho do quadro atual de anomia ou mesmo de caos em alguns setores da gestão política - estratégica nacional.
O governo Temer não quis e, assim, não teve capacidade de empreender as medidas necessárias para colocar o Brasil no Século XXI, nas condições essenciais necessárias.
Faltou discurso com materialidade suficiente para convencer a sociedade da necessidade de importantes mudanças.
Temer não convence e como exemplo, não arrasta!
A chamada narrativa e seu controle, termos muito a gosto da mídia esquerdista, produzida por marqueteiros comprometidos com o processo de submissão, não teve suporte em decisões como redução de ministérios e de cargos comissionados. Não aconteceu o desaparelhamento do Estado, permanecendo no governo muitos dos visionários enviesados responsáveis pelo "status quo". Réus em processos de apuração de corrupção permaneceram nos altos escalões da República. A economia anda de lado, tal qual caranguejo, e não reduziu o déficit público e o desemprego, consequentemente, mas aumentou a dívida pública.
No Congresso Nacional, excelências (avalio que nem merecem o pronome) escudam - se no foro privilegiado (ufa, recentemente modificado pelo STF) para tentarem salvar mandatos políticos putrefatos. Ainda tentam salvar carreiras buscando reeleição em outubro próximo. A população que se cuide.
Aliás, o trabalho legislativo foi e está sendo pífio, às vezes até cabotino. À guisa de exemplo, nossos parlamentares nem se deram conta de que o Brasil tornou - se um escravo digital, dentro do novo colonialismo mundial, agora tecnológico, e que escraviza corações e mentes. Mais uma grave vulnerabilidade estratégica.
Ainda quero acreditar que isto não tenha sido proposital. Apenas produto de incompetência, o que, para políticos, já é grave defeito.
Bem, a sociedade tem, na prática, dois meses para encontrar pérolas entre a imundície dos porcos. Ou sendo menos incisivo, separar o joio do trigo.
Se não souber eleger, o risco de ver o país piorar, além do que está, e o novo "slogan" para os moucos, possa ser "O Brasil voltou 50 anos em três!".
No mundo atual, ficar parado é retroagir.
Qualquer semelhança com algo recentemente veiculado será mero exercício de lógica.
Vamos colocar o Brasil no Século XXI, por amor a nossos filhos e netos.
Marco Santos
Coronel do EB, professor e empresário