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Política

NOTA 6: deputados de MS criticam gestão dos primeiros 100 dias de Bolsonaro

Parlamentares acham que presidente deve anunciar logo propostas novas

13 abril 2019 - 09h24Por Celso Bejarano, de Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai ter que batalhar para conquistar a simpatia da bancada de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional. Ao menos é o que parece, conforme avaliação dos primeiros 100 dias de governo.

O deputado federal Fábio Trad (PSD) acredita que Bolsonaro mereceria uma nota 6 pela performance desses três meses. A deputada Rose Modesto (PSDB) acha que o presidente deve “andar com outras coisas, apresentar logo o que tem de benefício para a nação, além de insistir somente na aprovação da reforma da Previdência”. Dagoberto Nogueira, parlamentar do PDT, alega que Bolsonaro precisa, de imediato, “mostrar a que veio”.

Para Fábio, Bolsonaro “errou na comunicação com a população e não me parece muito focado em soluções de médio e longo prazo. Aos poucos ele tem se adequado a rotina política”.

O deputado afirmou ainda que o presidente precisa enxergar que o atual pacto federativo é desigual e empobrece os estados e os municípios. A opinião do parlamentar tem a ver com a Marcha dos Prefeitos, manifesto ocorrido nesta semana, em Brasília. Os prefeitos querem alterar os percentuais repassados às prefeituras por meio desse pacto, cuja fatia maior da arrecadação com os impostos fica nos cofres do governo federal. Dos tributos juntados no país, 60% vão para a União, 22% para os estados e 18% aos municípios.

“O ministro Guedes [Economia] já aventou a possibilidade de inverter. Se isso não for uma melodia inspiradora para a aprovação da reforma, o pacto pode deixar as gestões municipais mais equilibrada”, disse o deputado. Duas semanas atrás, congressistas reprovaram a ideia de que o presidente liberaria recursos somente depois da sanção da reforma, ainda em discussão no Senado e na Câmara dos Deputados.

É PRECISO ANDAR

Para a deputada federal Rose Modesto, “não dá para cobrar muito do presidente já pelos primeiros cem dias de governo”.

Contudo, afirma a parlamentar que a reforma da Previdência, cuja a aprovação logo é insistida pelo presidente, é válida, mas o presidente devia já ter anunciado outras propostas.

“Junto com as reformas é preciso andar com outras coisas, a ideia de se modificar a divisão de recursos [pacto federativo] para os municípios, é uma delas. É lá [estados e municípios] que ficam os problemas, os parlamentares não moram aqui em Brasília. As demandas estão lá. O Brasil não precisa só das reformas”, afirmou a parlamentar.

Dagoberto Nogueira foi mais duro ao comentar os 100 dias da gestão de Bolsonaro. Ele vê o presidente “totalmente despreparado, sem nenhum conhecimento” e que já nesses três meses teria “acabado com a esperança do brasileiro pelas besteiras que está falando”.

O parlamentar abordou também a questão da partilha dos recursos por meio do pacto federativo: “se ele não mostrar a que veio, os municípios vão pagar muito caro por isso”.